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     O futurismo, assim como qualquer movimento vanguardista artístico europeu do século XIX e XX, possui representantes, que ajudam a caracterizar, a definir e a formar o que veio a ser tais movimentos.

Assim como no expressionismo pode-se citar Munch, com sua famosa obra O Grito; no Fauvismo tem-se Matisse; no cubismo: Picasso; no Dadaísmo: Duchamp  com La Fontaine; no surrealismo temos Salvador Dalí e; por fim: Temos os 5 principais artistas do movimento futurista que são: Carlo carrá, Umberto Boccioni, Luigi Russolo, giacommo balla, e Gino severini.

Todos eles são italianos, sendo que o futurismo surgiu na Itália.

     Carrá foi um pintor que em seu primeiro momento entrava em reação ao dinamismo futurista e em outro momento de aderia ao mundo imóvel da metafísica.

     Boccioni foi um pintor e escultor italiano que admirava muito a pintura renascentista, mas influenciado pelo futurismo acabou por se desprender dessa ideia, já que o futurismo era contra o passadismo.

E uma das suas obras mais notórias foi “formas únicas de continuidade no espaço”

Uma importante escultura futurista que conseguia representar um certo movimento.

     Russolo foi um pintor e compositor, ele acreditava que a vida contemporânea era demasiado ruidosa e que os ruídos deveriam ser utilizados para música.

Ele é considerado o primeiro teórico da música eletrônica

     Balla foi um pintor, escultor e compositor italiano, em 1910 declarou publicamente sua filiação ao movimento futurista do qual se afastou em 1931.

apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado. Dissolvido o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e voltou-se para a escultura e a cenografia.

     E Também temos Gino Severini um pintor artista gráfico escultor, que era fascinado pelas obras de Seurat. Em uma viajem para Paris foi convidado para aderir ao movimento Futurista, no qual também é co-fundador.

Carlo Carrá (1881-1966)

Carrá foi um pintor Italiano que começou a frequentar o grupo de artistas que logo criaria o movimento futurista, iniciando uma série de relações que o levariam a Paris com Umberto Boccioni. Em 1911, através de Gino Severini, ele encontrou Braque e Picasso.

Carrá foi um signatário de manifesto da pintura futurista, introduzindo ao futurismo, através de suas obras, um conteúdo emotivo que distingue da postura teorizante de Marinetti.

O Futurismo de Carrà será sempre sustentado por um simbolismo de caráter social, rico em significados líricos, expressos em relações tonais intensas, com cortes mais próximos à escansão cubista do que à dinâmica futurista.

Em 1917 Carrá conheceu Giorgio De Chirico, ficando entusiasmado com a pintura metafísica.

Umberto Boccioni (1882-1916)

Boccioni foi um pintor e escultor Italiano, realizando em sua vida atividades como ilustração e produção de cartazes. Quando jovem, conheceu Gino Severini quando frequentava o estúdio de Giacomo Balla, que na época era divisionista (O divisionismo também designado por cromoluminarismo, refere-se a uma teoria ou a um estilo de pintura neoimpressionista, que separa as cores em pequenos pontos ou pinceladas de cor pura. A aplicação destes pontos na tela, leva o observador a misturar visualmente as cores e, assim, "construir" a pintura. Em vez de as cores serem misturadas na paleta, como até então, aquelas são aplicadas diretamente na tela. Esta nova teoria da pintura esteve em voga entre 1884 e 1904, e teve o seu expoente máximo com Georges Seurat.).

Boccioni estudou a pintura impressionista e pós-impressionista em 1906, em Paris, e um ano depois, instala-se em Milão, escrevendo um diário que mostra certa admiração pela pintura renascentista. Porém essa admiração é cortada ao meio com o movimento que Boccioni se juntou: O futurismo, que é contra o passadismo, sendo o chamado passadismo uma característica da pintura renascentista.

Em 1911 ele encontra os cubistas em Paris, mas é só em 1912 que ele começa a realizar esculturas, na maioria realizadas em gesso. A sua escultura mais famosa pe Formas Únicas de Continuidade no Espaço: um marco do movimento futurista e da cultura do modernismo europeu, sinônimo de vanguarda e inovação, colocando-o na linha de frente da História de Arte da primeira metade do século XX. A escultura aparece no verso de algumas moedas italianas.

Luigi Russolo (1885-1947)

Russolo foi um compositor, pintor, artista, fabricante de instrumentos musicais, músico, e teórico musical do futurismo, ele é considerado o primeiro teórico da música eletrônica.

O futurista italiano Luigi Russolo surgiu da pintura através da poesia. Ele queria fazer pela música o que FT Marinetti estava fazendo pela poesia com sua liberdade condicional. No manifesto frequentemente citado de Russolo de 1913, l'arte di rumori , Russolo propôs uma Art of Noise para romper a tela limitadora que cultivava "sons puros" colocados na música. Ele queria reverter os processos de controle articulatório que haviam produzido o círculo restritivo dos sons puros e voltar à criação do ruído e à sensação de admiração que ele havia evocado das pessoas anteriores. Ele sustentava que o processo que reduziu ruídos em harmônicos musicais também roubou o som de sua capacidade de despertar emoções.

Ele queria voltar às raízes do som em instrumentos modernos, e também sugeriu o uso dos sons da natureza (vento, água e vários sons de animais), os sons do ambiente urbano moderno e 'todos os ruídos feitos com a boca sem falar ou cantar. Ele não possuía treinamento formal em acústica, construção de instrumentos ou musicalidade; no entanto, como um cientista amador entusiasmado, passou a categorizar os sons básicos em seu ambiente e a construir instrumentos para imitar esses sons. Com outro pintor, Ugo Piatti, eles começaram a experimentar muitos materiais diferentes e aprenderam a construir instrumentos. Por exemplo, eles tentavam coisas como embeber as cabeças dos tambores em vários produtos químicos até obter o som que desejavam.

O primeiro instrumento que eles construíram para seus entonarumorais , era algo que eles chamavam de 'explodidor' que podia reproduzir em uma série de dez tons inteiros, as características de um motor sendo ligado. Eles construíram orquestras inteiras de 'crackers, rugidores, borbulhantes, trovões, bursters, etc.' e executou peças que Russolo havia escrito para elas, ou as usava com instrumentos musicais mais convencionais e com liberdade condicional em declamações liberta . Com estes intonarumori, Russolo poderia explorar estruturas microtonais e de improvisação (bem como técnicas de notação gráfica) que eram praticamente desconhecidas na época. Além disso, a identificação do compositor com o construtor e intérprete de instrumentos também era desconhecida desde a Idade Média, mas tornou-se uma característica proeminente da música experimental desde os anos dezenove anos cinquenta.

Giacomo Balla (1871-1958)

     Balla foi um pintor, escultor e compositor italiano, em 1910 declarou publicamente sua filiação ao movimento futurista do qual se afastou em 1931.

apresentou em 1912 seu primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado. Dissolvido o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e voltou-se para a escultura e a cenografia

     Balla é conhecido pela TÉCNICA DA REPETIÇÃO. Ele era influenciado pelos divisionistas mas conseguia representar o dinamismo através da simultaneidade, ou desintegração das formas, numa repetição quase infinita, que permitia-se captar todas as sequencias do movimento.

Morre no ano de 1958, em Itália.

Gino Severini (1883-1966)

     Severini foi um pintor, artista gráfico e escultor italiano. Em 1901 começou a trabalhar com pintura. Durante grande parte de sua vida, ele dividiu seu tempo entre Paris e Roma. Ele foi associado ao neoclassicismo e ao " retorno à ordem " na década após a Primeira Guerra Mundial. Durante sua carreira, ele trabalhou em uma variedade de mídias, incluindo mosaicos e afrescos. Ele mostrou seu trabalho em grandes exposições, incluindo a Quadrienal de Roma, e ganhou prêmios de arte de grandes instituições.

 

     Estando os principais artistas do futurismo apresentados, vamos dar início a nossa análise que também é a inspiração para a nossa peça: Giorgio de Chirico, que apesar de não fazer parte do movimento futurista, está relacionado com Carrá, ainda que os dois, juntos fundaram a pintura metafísica, que queria sugerir quase o oposto do que preconizava o futurismo: em vez e movimento: imobilidade; Em vez de fragmentação: estrutura; Em vez de interação: separação.

     E como o futurismo prega muitas ideias que não concordamos, como a violência e o anti feminismo, decidimos mesclar a estética futurista com uma inspiração da pintura metafísica, em especial a obra : “o retorno do filho pródigo” de De Chirico.

Usamos a obra de De Chirico por fazer parte da pintura metafísica, desenvolvida principalmente pelo de Chirico e por Carrá. Carrá, um dos co-fundadores do futurismo,

conheceu Chirico em 1917 e ficou encantado pela pintura metafísica, se juntando a ela e produzindo várias obras, entre elas : “o retorno do filho pródigo” que é a que vamos analisar e nos inspirou para a nossa peça.

     Para fazer a análise nos apoiamos numa análise já feita de uma obra do Rembrandt, que tem o mesmo nome, e possui o elemento central com características muito similares, apesar de pertencer ao período barroco, e que puderam ser usadas para nos auxiliar na análise da obra de De Chirico.

O retorno do filho pródigo é o nome de duas obras que podem ser relacionadas, cada uma em seu contexto.

Uma dessas obras, foi essencial para elaborar o conceito da nossa peça.

A primeira, e a mais antiga, é uma obra de Rembrandt, datada entre 1661–1669, Demonstra o momento do retorno do filho pródigo à casa de seu pai na parábola bíblica em Lucas 15:11-32.

E a segunda, de Giorgio de Chirico, é a que iremos fazer a análise, no qual se assemelha muito à primeira obra, não só em nome mas em diversos elementos que iremos pontuar.

    Essa obra é típica do artista, e está situada no cenário de uma de suas praças metafísicas, podendo ser percebidas e inseridas na pintura metafisica por ter a presença de grandes espaços arquitetônicos, uma perspectiva que engana o olhar por causa do uso de múltiplos pontos de fuga, e com uma paisagem muito italiana e um céu ao fundo, há duas figuras centrais.

     O filho é visto por trás, enquanto o pai é imaginado como um dos manequins típicos de de chirico, o filho, que deixou a família está de volta, e vai para os braços de seu pai. O pai e o filho colocam as mãos um no ombro do outro, como num gesto de perdão. Mas, o pai não tem a mão direita, e na obra de Rembrandt, a mão direita do pai é quase feminina, tem traços leves e delicados. Enquanto a mão feminina de Rembrandt simboliza a doçura materna e a masculina rigor e força paterna, na obra de de chirico não há nem mesmo o braço direito, o que mostra uma possível ausência da mulher nesse contexto.

     Mas, mesmo com as mãos no outro do outro, os dois parecem ainda quase distantes, eles se enfrentam mas também mantém a cabeça baixa. Aliás, pedir perdão e concedê-lo não é fácil. O filho não se joga nos braços do pai, como na obra de Rembrandt, ele está alerta, e essa postura coloca em dúvida se o perdão que ele concede é realmente verdadeiro.

Assim como Rembrandt mostra que o filho pródigo está pronto para pecar novamente, representado pela espada que o filho carrega na cintura.

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